(1865-1916)
João Simões Lopes Neto foi, segundo estudiosos e críticos de literatura, o maior escritor regionalista do Rio Grande do Sul. Nasceu em Pelotas, em 9 de março de 1865, filho de família abastada da região.
Com treze anos de idade, foi para o Rio de Janeiro, estudar no famoso colégio Abílio. Retornando ao Sul, fixa-se em sua terra natal, Pelotas, então rica e próspera pelas mais de cinqüenta charqueadas que lhe davam a base econômica.
Envolveu-se em uma série de iniciativas de negócios que incluíram uma fábrica de vidros e uma destilaria. Os negócios fracassaram pois a época foi marcada pela devastadora guerra civil no Rio Grande do Sul e a economia local fora duramente abalada. Depois disto, construiu uma fábrica de cigarros. Os produtos, fumos e cigarros, receberam o nome de Diabo , Marca Diabo , o que gerou protestos religiosos. Sua audácia empresarial o levou ainda a montar uma firma para torrar e moer café, e desenvolveu uma fórmula à base de tabaco para combater sarna e carrapatos. Fundou ainda uma mineradora, para explorar prata em Santa Catarina.
Casou-se aos 27 anos com Francisca de Paula Meireles Leite, de 19 anos, no dia 5 de maio de 1892.
Como escritor, Simões Lopes Neto procurou em sua produção literária valorizar a história do gaúcho e suas tradições.
Entre 15 de outubro e 14 de dezembro de 1893, J. Simões Lopes Neto, sob o pseudônimo de Serafim Bemol , e em parceria com Sátiro Clemente e D. Salustiano, escreveram, em forma de folhetim, A Mandinga , poema em prosa. Mas a própria existência de seus co-autores é questionada. Provavelmente foi mais uma brincadeira de Simões Lopes Neto.
Em certa fase da vida, empobrecido, sobreviveu como jornalista em Pelotas.
Publicou apenas três livros em sua vida: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912), e Lendas do Sul (1913).
Morreu em 14 de junho de 1916, em Pelotas, aos cinqüenta e um anos, de uma úlcera perfurada.
Sua literatura ultrapassou fronteiras e hoje pertence à literatura universal, tendo sido traduzido para diversas línguas.